sexta-feira, 8 de abril de 2011

Jornalista americano que no início do século XX percebeu, em meio à crise dos grandes empresários com a imprensa, a oportunidade de criar um novo negócio. Surge então o primeiro escritório de Relações Públicas, em Nova Iorque, 1906, tendo como intuito maior o de assessorar os empresários no contato com a imprensa e a opinião pública.
     Os Estados Unidos da época vivia em meio a um desenvolvimento frenético, onde os industriais, por meio do poder político, fortaleciam o controle sobre o governo, usando-o na promoção de seus interesses econômicos. Por outro lado “os trabalhadores vivenciavam péssimas condições de trabalho em razão, principalmente, dos salários aviltantes e das longas jornadas de trabalho”  Outro agravante da crise era a maneira com que as empresas tratavam seus públicos, a frase “O público que se dane”, de William H. Vanderbilt, virou lema entre os industriais da época e mostra com clareza a falta de sintonia entre empresa e os seus públicos . A junção de todos estes fatores gerou uma verdadeira guerra de denúncias entre a imprensa e as industrias que os praticavam os abusos.
     Quando, em 1906, prestava assessoria para a indústria de carvão Ivy Lee criou o primeiro “serviço de imprensa” e escreveu uma carta aos editores dos principais jornais do país, a carta tornou-se um documento histórico para relações públicas. Lee rezava o seguinte na parte final da carta: “...Em resumo, nosso plano é divulgar, prontamente, para o bem das empresas e das instituições públicas com absoluta franqueza, à imprensa e ao público dos Estados Unidos, informações relativas a assuntos de valor e de interesse para o público”.
     Lee surge como solução para os problemas dos grandes capitalistas. “Encontram em Ivy Lee o grande caminho para evitar denúncias, a partir de uma nova atitude de respeito pela opinião pública” . Ele assessorava os empresários para corrigir suas atitudes na divulgação de informações favoráveis às empresas. “Sua assessoria fornecia notícias empresariais para serem divulgadas jornalisticamente e não como anúncios, ou como matéria paga. Eram informações corretas, de interesse e de importância para com o público, sobre as empresas, evitando assim denúncias”  Segundo Gruning e Hunt, Ivy Lee foi a principal figura do modelo de comunicação de Informação pública. Este modelo era “Caracterizado como jornalista, dissemina informações relativamente objetivas por meio da mídia em geral e de meios específicos”
     Lee com seu trabalho de assessoria consegue substituir o antigo lema “o público que se dane” por “o público tem de ser informado”. Isto não quer dizer que o público tenha sido informado sobre as reais condições de exploração do trabalho e de como os clientes eram realmente tratados. Ele conseguiu acabar com alguns abusos, e apenas camuflar outros, criando uma nova imagem para as industrias e seus donos. 



Cristian Bernardo Mika da Graça



Bibliografia:
PERUZZO, Cicília Krohling. Relações Públicas no Modo de Produção Capitalista. 2ª ed. São Paulo : Summus, 1986.
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Relações Públicas e Modernidade : novos paradigmas na comunicação organizacional. São Paulo : Summus, 1997.
PINHO, J.B. Propaganda Institucional : usos e funções da propaganda em relações públicas. São Paulo : Summus, 1990.
WEY, Hebe. O Processo de Relações Públicas. São Paulo : Summus, 1983. 


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